domingo, 6 de dezembro de 2015

Lançamento: Book - O Livro Negro da Poesia





Dia 13 de dezembro de 2015 acontecerá o lançamento do livro "Book - O Livro Negro da Poesia", na Feira do Poeta, q fica no Largo da Ordem, em Curitiba. Vai ter arrodiação de bombril, ovas de codorna, doce de amendoim, trilha sonora, declarações de amor em vídeo, microfone aberto e pote de bosta. 

O livro é composto das poesias daqui do blog, e mais uma porção, publicadas em outros sites, ou inéditas. Portanto, se vc gosta do blog, pie lá q vai curtir o livro tbm.

Link para o evento no bacefook.


Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

quinta-feira, 26 de março de 2015

Dupla interpretação


- Abre.
E os dedos afastando os lábios, já escorregadios.

- Mais.
A borracha ensopada deslizando entre as mucosas.

- Abaixa um pouco, pra eu ver melhor.
A respiração ofegante, a face retesada, no esforço de manter a posição requerida.


- Doeu?
A boca cheia, engasgando, e um menear de cabeça como única resposta possível.

Quando a dentista é gostosa, até a troca das obturações é eivada de luxúria.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

domingo, 22 de março de 2015

Auto-identificação

Todo mundo é tatuado
todo homem é barbado
e as meninas são retrô. 
Todos eles são datados
sendo identificados
pelo chip
sob o capô.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Blindagem

Marilisa, 
mulher impura;
mulher impudica,
desfilando sem-vergonhice às margens da marginal.

Marilisa, 
cujo rebolado não trai o segredo que escorre de sua boca.

Quantos já não penduraram-se em suas entranhas,
aqui mesmo,
a despeito dos engarrafamentos que acompanham toda via rápida?

Marilisa sabe: 

vou fode-la de um jeito ou de outro -
quando nossos olhos se cruzam através do vidro blindado
que separa nossas classes sociais.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

E-livro

Saiu pela Amazon o meu primeiro e-livro - BOOK: O LIVRO NEGRO DA POESIA - com as postagens do blog. É mais pela experiência, pra ver se vale a pena lançar outro, com textos exclusivamente inéditos, baguás e indecifráveis.

Diz que pra lidar é nesse link aqui: 
http://www.amazon.com.br/gp/product/B00NTLFEKS?*Version*=1&*entries*=0

Piem lá, e se emocionem e curtam e compartilhem, pra que eu possa continuar iluminando as suas vidas com esse fogo preto que só eu domino adequadamente. 

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

domingo, 14 de setembro de 2014

Memória afetiva

Taipi a Moby Dick.

E por consequência

tabu.

E por consequência

Freud.

E por consequência

memória afetiva. 

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

sexta-feira, 7 de março de 2014

Malícia

Malícia Sílvia
Malícia Morena
não sabe o que diz
mas é sempre adulada.

Malícia,
nascida pecado. 

Precisa malícia.
Precisa mais nada.




Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

domingo, 6 de outubro de 2013

Vento venenento

Somos N.

Nas baNaNas
somos aliteração.

Gritando verdades aos quatro ventos
puro veneno
embutido em traição.

Somos nossos próprios nomes
que se dizem nomes próprios
eivados de vícios e ócios
vazios em variação.

Mas não.

Antídoto conforme o vento
somos caos causador de alento
constância e constatação.

Pois que o exato oposto
é menos fazer de outro jeito
que causar oposto efeito.



Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Hemisférios

Metade do som
e da poesia do mundo
não seria som e não seria mundo
se não houvesse você.

A outra metade
– mundo de som e poesia –

seria.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Falácias

Aquilo que não se faz
quando se faz, não se fala;

quando se fala, se fode.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A suavidade do peso

O vento é suave
e a água é pesada.

Subprodutos múltiplos
da decomposição de núcleos
de ação familiar.

Suave é água
e pesado é o vento
sujeitos complementares

de inação ao mesmo tempo.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

terça-feira, 21 de maio de 2013

Doce de sonho


Tudo que resta é o sonho
que a realidade
não satisfez.

Pequeno pedaço
de tempo disperso
ao sabor das vagas
de ondas do universo

instante imutável
envolto em querer.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

sábado, 16 de março de 2013

Solvente universal

Daqui
o que sei 
que precisarei

são minhas aulas de vôo
a verdade
travestida em sonho

e a fria escuridão da madrugada
que à luz de qualquer fogo
transforma-se em nada.


Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

Antíteses

- Opa.
- Apo.

- Aham.
- O sapo.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

domingo, 23 de dezembro de 2012

Os arquivos Rasputin: Um negócio dos infernos


Chipo Schneider teve um sonho com fogo e mulheres afogadas. Então saiu pelo castelo a descobrir câmaras secretas e uma história que abalaria a região: o grande incêndio que se abatera sobre a vila em fins do séc. XIX fora na verdade obra de Suzy Psicopatinha, que achou um jeito de unir num mesmo evento seu amor pela fotografia e seu ódio pelos habitantes do vilarejo.

As fotografias macabras e todas as provas do crime encontravam-se em uma cripta hermética, guardadas por uma sociedade secreta dedicada a provar a inexistência de bobagens parapsicológicas através da falsificação e reprodução de crimes sobrenaturais.

Só então, observando os detalhes da decoração e as próprias mãos, foi que Schneider entendeu: estava nos anos 50, em plena viagem astral, revivendo os últimos momentos de Lily Rosembaum, sensitiva assassinada pela seita para não revelar suas descobertas, dada como morta em um conflito paranormal. Isso explicava os sonhos com água. Não eram parte da trama do castelo, mas sim um pedido de socorro por parte dos espíritos dos marinheiros de um galeão espanhol amaldiçoado por uma bruxaria encontrada nos destroços de um velho navio viking saqueado há séculos, a qual era parte do destino de Lily desvendar.

Com seu assassinato, as energias residuais de seu espírito atormentado procuraram por décadas alguém de capacidade equivalente para resolver sua situação, e era a premência desta agonia que se manifestava através dos sonhos com água.

Ao acordar à escrivaninha do escritório, Scheneider tomou o telefone e disse à secretária que comunicasse ao sobrenatural que estava assoberbado e recusando casos intrincados como o que lhe fora exposto esta tarde, mas que lhes recomendasse o nome de Jack Palanhengo, médium competente e módico nos preços.

“Prevejo que esse caso ainda vai acabar levando Jack pro inferno” – pensou sorridente, sem atentar para a visagem que lhe implantava escutas em pleno cérebro…

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves