sábado, 21 de fevereiro de 2015

Blindagem

Marilisa, 
mulher impura;
mulher impudica,
desfilando sem-vergonhice às margens da marginal.

Marilisa, 
cujo rebolado não trai o segredo que escorre de sua boca.

Quantos já não penduraram-se em suas entranhas,
aqui mesmo,
a despeito dos engarrafamentos que acompanham toda via rápida?

Marilisa sabe: 

vou fode-la de um jeito ou de outro -
quando nossos olhos se cruzam através do vidro blindado
que separa nossas classes sociais.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves