A opção por encher a “alma” com as músicas tristes de suicidas ou masoquistas deve ter sido minha.
Digo deve porque, enquanto não tivermos a exata medida entre o peso de genética e cultura na composição daquilo a que usualmente denominamos livre-arbítrio, fica difícil precisar quem escolhe o quê.
Inegável é que o tipo de ironia a que tanto prezo e que tantas alegrias tem me proporcionado se encontra presente nas composições de tais sujeitos de forma marcante. E poderia ser diferente? A obra de alguém que despreza a própria vida, ou tem valores tão diferentes dos considerados habituais a ponto de encontrar prazer destroçando-a, tem de, necessariamente, possuir uma alta carga de cinismo para fazer-se notar.
Mas isso é apenas o que diz o meu ponto de vista, ou instinto. Talvez sejamos todos como mariposas, voando desesperadamente em torno da tonalidade de “luz” que mais nos agrada. E que, após perderem a capacidade de vôo, se esforçam por explicar umas às outras a óbvia causa de suas desgraças.
Paulo Eduardo de Freitas maciel de Souza y Gonçalves