domingo, 5 de outubro de 2008

Profecias sobre o passado



As pessoas vivem cercadas de belos dejetos. Elas se amam e amam umas as outras, mas como manda a moral e os bons costumes, uma de cada vez.

Olhos nos olhos, nenhuma palavra. Me envolva menina, que eu deixo. Enquanto isso, no açougue, a fila anda. Escreveu, não leu, o sabonete caiu, o pau comeu.

Não se pode confiar em mais ninguém nessa vida, chuchu, e é por isso que eu tenho um pé atrás. E outro na frente. Sempre.

Confie ne mim baby, eu vou fazer funcionar. Mecânica é a conversa do mecânico. As vezes tenho vergonha de ser bobão assim, mas dizem que isso é coisa que só acontece com quem tem sentimentos.
Eu me deito, e recordando da época em que nunca errava, me pergunto quando e porque os adquiri.

Conforme o tempo passou, e os vícios ganharam terreno, e os corpos se amontoaram a seus pés, nosso herói solar de número três balançou a mão com um muxoxo. Tudo que era capaz em termos de remorso. A seguir, olhos relampeando como no gibi, seus músculos retesados moeram a próxima vítima. De nada, tudo de novo.

É desse jeito, vocês gostam assim, uhum? Pois é, eu gosto do outro, e quem quiser mais desse, vai ter que agüentar três por um. Que tal que eu fosse ruim, e competisse de verdade só pra ver os números se multiplicarem, já imaginou?

Quando a gravidade se unir ao eletromagnetismo, e o maior for igual ao menor, os mundos se partirão em estilhaços, e em cada um deles, lá estarei eu, código genético do universo. Observar-me-ei em microscópios, e só enxergarei minha nuca. E mexerei minha mão esquerda, e em cada milhão de bilhão de trilhão de estilhaço, mexerei minha mão esquerda.

Nem eu não tenho honra, nem não tenho moral. Minh'arma não é minh'alma, e sim um pedaço de pau.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves


7 comentários:

Anônimo disse...

Ahh.. não sei dizer alguma coisa sem ser imbecil, mas já que é pra dizer o que quiser, então, vamos lá..
Ficou bem bom XD
Bem bom de bonito =]

Parabéns^^

Andressa m disse...

Mais que galante

blog disse...

É o amargor, meu caro, de novo.
Aquilo que Richard Brautigan (vc devia lê-lo) chamava de "bittersweet lovesick".
A narrativa é veloz. Dá para ler comendo um sanduba, uma empadinha.
Eu curto.

fern schmidt disse...

Isso me lembra muito o passado,não um passado muito distante, talvez uns 4,5,6,7 anos atrás quando as coisas eram diferentes, sei lá por algum motivo,nem tudo era moda,eu podia rir de mim mesmo e ter,pensar e fazer algumas coisas sem ser taxado de alguma coisa que não que não sou.
hoje todomundo precisa ser alguma coisa, descolado,legal,bonito pq se não for assim vc eh idiota, burro,estranho.

Luh disse...

É isso,ser o que acreditamos ser o melhor para nós,o que mais nos comvém...
pois quem nos atura desgostosos pela angustia de não sermos quem queremos ser durante a vida, somos nós mesmos.

rs

Muryel De Zôppa disse...

esse é bom.

Anônimo disse...

Gostei de vc (isso parece imbecil?)