Muitos se diziam corajosos, mas apenas nós esperávamos os ataques nucleares por de sobre os laranjais.
As aeronaves sucedem-se assim como os lapsos. Talvez eu houvesse viajado, talvez seja apenas a doença a desajuizar-me a mente.
Naqueles dias melancólicos, em que a certeza da morte se fazia mais presente no espaço entre cada respiração, nossa principal distração era possuir as mulheres uns dos outros.
Fazíamo-lo publicamente, por vezes na presença dos cônjuges, tanto por desprezo à hipocrisia social reinante na velha ordem, quanto como oferenda ás forças caos, que tesmunhando a atitude de renúncia e desapego daqueles que entregavam a outros aquilo que mais diziam amar, talvez nos julgassem dignos de sobreviver ao momento crítico pelo qual passávamos.
Seja qual for o motivo, aparentemente funcionou. Sobrevivemos ao cataclismo donde não restaram nem mesmo as baratas.
Éramos jovens e inconseqüentes, e deixávamos a proteção dos abrigos para nos camuflar entre os laranjais, abatendo os avíões inimigos sem nos importar que sua aparelhagem pudesse denunciar nossa posição ao captar as sucessivas descargas psicocinéticas.
Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves
34 comentários:
perfeito cara, sem palavras, totalmente crítico e perfeito
vc escreve muito bem cara
eu tinha um blog parecido, mas apaguei
vo seguir o seu ^^
Retribuindo sua visita obrigada.
Muito bom seu blog, o texo está excelente.
interessante e bem escrito!
parabens.
www.juicebox-blog.blogspot.com
Nossa que triste, esses traumas levamos para o resto de nossas vidas, mas pelo menos ele sobreviveu.
beeijO
"sucessivas descargas psicocinéticas"
Gostei das palavras aqui empregadas!!
Olá, Sr. Fardadão Cheio de Traumas,
"Programa de mané" é o caramba. Só porque você não trabalha na maior empresa do Brasil e nunca foi convidado para um evento onde se tem o prazer de ouvir o ronco de um carro de fórmula 1 de perto, não quer dizer que sejamos todos iguais.
Não tenho obrigação de te agradar, mané. Mais uma diversão que não deu certo para você. Ponto negativo. Um metro a menos para o fim da curta estrada da existência. Viva um pouco.
Então, em face da morte, eis que homens subvertem a ordem. Isso, em exceção ao perigo mortal, mas em adição à subversão, me lembra o Carnaval. Ou o processo de carnavalização, que não necessariamente se dá em fevereiro.
A questão é: vale à pena? Se você sabe que viverá seus últimos minutos, valerá à pena esquecer as regras com as quais conviveu por toda a sua vida?
Só enfrentando tal situação para saber. Eu, provavelmente, entraria nessa de subverter.
Gostei do título do blog. E do texto também. Parabéns!
viva o sobrevivente e sua mente detonada pela guerra
=/
maldito o q inventara as armas de destrui~çao em massa.!.
parabens pelo blog e aguard sua visita no
www.bagageirodocurioso.spaceblog.com.br
]abraço e bãum FDs
escrita forte a sua... boa demais! Volto mais vezes.
Mto bom o blog,, texto excelente!
Parabéns!!
www.supervarietyblog.blogspot.com
do caraio :D
Que Viagem, hein cara!?
Atacaram os laranjais? Ou apenas queriam as mulheres?
Realmente um pouco horrivel essas situações. Muito coisa são rumores. Eu não acredito em muitas,.
Linhas & gritos psicocinéticos são esses sobreviventes - ao caos...
muito bom, muito bem escrito, e interessante, nos prende de tal maneira...
parabens
É tipo um " sobrevivente do dia-a-dia " ?
@gostei do texto
as palavras estão aonde deveriam estar..
dá para fazermos uma comparação com o nosso dia dia..
ou sei lá, com os fatos que acontecem no dia dia, e que até acontecem no mundo.
que vemos na televisão.
bom, legal
olhando outros posts seus.
abraço !
Muito bom.. mesmo com as dificuldades ele sobre[viveu] pra contar historia'
pode ser um texto fictício, mas retrata, pelo menos um pinguinho, do que pode acontecer durante uma guerra...quem esta longe, acha que as pessoas que ali estão, são apenas corpos que nao tem alma...a gte nunca pensa o que se passa na cabeça dessas pessoas...os sentimentos, desejos e aflições ficam em segundo plano...
Ai, esse texto me fez pensar demais! hehehe
adorei!
Nossa, parece um filme de guerra. Me explica algo, isso é um texto fictício ou real?
Beijinhos!!
http://cgfilmes.blogspot.com/
Mais que comentario mais nojento voce fez em meu blog heim? se nao tem o que falar é melhor que noa o faça a fazer o que voce fez,voce deve saber responder melhor que eu a pergunta nao é mesmo, se voce comparou é porque deve ter visto algo familiar!!!
muito legal
fiquei imaginando aqui
devia ser muito louco
´´cada vez a presença da morte se fazia mais presente´´
numa realidade fantastica os ataques nucleares irão dar poderes a algum sortudo...
mto bem escrito..
vo passar por aqui sempre!
=D
É um blog interessante, a história é bem bolada.
http://leandrosansart.blogspot.com
sem palavras ...
http://fpontodexclamacao.blogspot.com/
Sempre fico impresionada com os seus textos e sem saber oq comentar .. srsrs
Verdade não é frase de praxe de caloteiro não .. srrsrs
Abç.
muito bem escrito..gostei =D
www.casadobesouro.blogspot.com
perfeito o seu blog cara,vc escreve muito bem.
meus parabéns. =]
Cara,não tenho nem palavras pra descrever esse texto,simplesmente incrível
http://ownedando.blogspot.com/
Nem as baratas sobreviveram? Caramba!
Um sobrevivente de Auschiwtz ( é assim que se escreve?), respondeu da seguinte forma a pergunta "E seus amigos não te ajudavam lá?":
- Amigos? Tranque seus amigos em um quarto durante semanas e veja no que se transformam.
DEVERIA TER MORRRIDO!!
IDIOTA!
Um autêntico poema em prosa cuja base é o horror e o sexo, e uma pitada de ironia apocalíptica.
Funcionou, ao menos por enquanto.
Um cataclisma em que nem as baratas sobrevivem? Que puxa... Abraços e sucesso com o blog!
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