sábado, 7 de junho de 2008

Homeomorfismo empírico

Encontrei a resposta para uma pergunta que há muito me atormentava escutando Real Wild Child enquanto lavava a louça.


Minha dúvida dizia respeito ao que faz com que certas pessoas, aparentemente em pleno domínio de suas faculdades mentais, escutem a todo volume certos tipos de axé, pagodões ou funk.


Não me refiro a bailões ou festerês nervosos, pois aí a resposta seria evidente. O apelo exercido por algumas dúzias, centenas ou milhares de corpos rebolativos e suados sobre a libido humana é cientificamente comprovado e virtualmente irresistível.


A grande questão trata do sujeito que, em casa ou no trabalho, durante suas tarefas rotineiras, se compraz em “tuchar no último” algum dos gêneros ou subgêneros supracitados. Uma tentativa inconsciente de reviver bons momentos horizontalmente passados? Uma tentativa consciente com o mesmo fim? Uma tentativa, cons ou inconsciente de reviver bons momentos verticalmente passados? Ou a cândida ignorância de quem, por absoluta falta de opção ou discernimento, acredita estar em contato com o supra-sumo de algum tipo de arte?


O que eu descobri lavando a louça naquela tarde foi que, seja por excessiva carga hormonal ainda no útero materno, seja por massiva exposição à mídia ou hipersensibilidade aos valores contemporâneos, eles são assim. Qualquer motivo é desculpa para pular, gritar expansivamente ou esfregar-se com lascívia pelas paredes e o teto.


Assim como eu, da mesma forma e por motivos similares, tenho o incontrolável pendor a derrubar paredes e tetos; alçar aos céus em altas velocidades; encolher pessoas e roubar sua essência...; se possível, utilizando apenas o poder da minha mente, e ainda que na maior parte das vezes, apenas no âmbito desta.


A imagem recorrente era de uma dona de casa ou diarista, calção de lycra e camiseta do Brasil pentacampeão, balançando ritmadamente as ancas em frente à pia ao som do Tchan.
Há que se crer que o auto-conhecimento é oriundo da prática.


Paulo Eduardo De Freitas Maciel de Souza e Gonçalves

Originalmente postado aqui

3 comentários:

Carla Abreu disse...

Quem sabe ouvir esse tipo de música, cause alguma fantasia erótica?
Imagine uma "dona-de casa" pensandoe m comos eria boms egurar o tchan, amarrar o tchan...

ahauhauahuahua

"nAno" disse...

fale a verdade vc pensou nisso rebolando Paulo......


Muito trabalho de campo até sair o texto hahahaa

Anônimo disse...

rsrs
Pode ser... eu passo a roupa a ferro enquanto vejo um filme pela n+1 vez... rs
Bjos