Rezavam e rezavam por um milagre, e quando este aconteceu sequer se deram conta. Isto porque o nascimento de Godofredo deu-se em silêncio, longe de seus olhares buliçosos, sem acompanhamento da mídia, presença de estrelas ou fogos de artifício.
Godofredo enxergava padrões e isso o tornava imortal. Percebia e percebia e percebia em ritmo impossível, e naquele dia, no laboratório, ninguém o notou. Tudo estava preparado, o experimento pronto para ser posto em prática, as cobaias enfileiradas mas ninguém notou que pela milionésima vez o rato era o mesmo.
Pudera, Godofredo não deixava. Usava seus poderes para distorcer tempo e espaço e torturar infinitamente as cobaias mandando-as para o inferno via portal transdimensional. Congelara o tempo, e se divertia a milênios repetindo a mesmíssima ação.
Godofredo era a bactéria vingadora, e volta e meia usava o rato em que habitava para dar um soco no olho do cientista que lhe vinha estudar.
Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves
Originalmente postado aqui: http://nossogarfodecadadia.blogspot.com/2007/09/godofredo-vingador.html
Um comentário:
Nem todos temos a coragem de Godofredo. Bjos.
Postar um comentário