terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Luz Negra


A opção por encher a “alma” com as músicas tristes de suicidas ou masoquistas deve ter sido minha.


Digo deve porque, enquanto não tivermos a exata medida entre o peso de genética e cultura na composição daquilo a que usualmente denominamos livre-arbítrio, fica difícil precisar quem escolhe o quê.


Inegável é que o tipo de ironia a que tanto prezo e que tantas alegrias tem me proporcionado se encontra presente nas composições de tais sujeitos de forma marcante. E poderia ser diferente? A obra de alguém que despreza a própria vida, ou tem valores tão diferentes dos considerados habituais a ponto de encontrar prazer destroçando-a, tem de, necessariamente, possuir uma alta carga de cinismo para fazer-se notar.


Mas isso é apenas o que diz o meu ponto de vista, ou instinto. Talvez sejamos todos como mariposas, voando desesperadamente em torno da tonalidade de “luz” que mais nos agrada. E que, após perderem a capacidade de vôo, se esforçam por explicar umas às outras a óbvia causa de suas desgraças.

Paulo Eduardo de Freitas maciel de Souza y Gonçalves


domingo, 3 de janeiro de 2010

Papel social

Sempre fiel ao cabresto auto-inflingido através das aulas de marketing pessoal, trocou o terno semi-escuro pelo terno mais-escuro, mudou o nó da gravata para um sóbrio Windsor bi-lateral multi-compatirmentado em três tons, e foi para a rua confiante de que a todos quantos o viam passava eficientemente a mensagem de sua promoção de A4 para "letter".


Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves